Alguns métodos e tipos de Classificação de Imagens

Métodos de Classificação

Existem seis principais métodos de classificação: as classificações supervisionadas e não supervisionadas (Supervised Classification and Unsupervised Classification), a interpretação visual (Visual Observation), as redes neurais artificiais (Artificial Neural Network), classificação baseada no conhecimento (Classification Expert), processamento técnico de imagem de sensoriamento remoto (Technical Processing of Remote Sensing Image) e os métodos de combinação de bandas (Band Combination Method).

A classificação supervisionada é baseada na função de identificação estatística, de acordo com a amostra típica métodos de treinamento que permite a geração de parâmetros de classificação de classes de acordo com regras de decisão.

Já a classificação não-supervisionada é um método de análise cluster, ou seja, um algoritmo geral de agrupamento primeiro seleciona o modelo número de pontos como o centro do cluster. Cada centro representa uma categoria, de acordo com alguma semelhança medida, torna cada atributo padrão nos centros do cluster15 representados pelo tipo.

A interpretação visual, já abordada anteriormente, é definida pela distinção entre características geométricas e as características da superfície perceptíveis aos olhos humanos.

as redes neurais artificiais são técnicas computacionais que apresentam um modelo matemático inspirado na estrutura neural de organismos inteligentes e que adquirem conhecimento através da experiência. A criação do modelo requer treinamento e testes semelhantes à classificação supervisionada de dados de sensoriamento remoto para extrair informações úteis dos dados auxiliares e de sensoriamento remoto.

A classificação baseada no conhecimento é um sistema especialista para classificação de dados de múltiplas fontes e é elaborada de acordo com o conhecimento e experiência fornecidos por um ou mais especialistas em um campo. Lersch (2003, p. 12) ao elaborar seu estudo sobre os sistemas de combinação de dados geoespeciais para a classificação de imagens digitais de cenas naturais afirma que “o uso de sistemas especialistas pode reduzir as desvantagens existentes entre os processos de classificação por regiões (segmentação) e os métodos pixel a pixel (que se utilizam dos algorítimos tradicionais de classificação).”

No tocante ao citado processamento técnico de imagem de sensoriamento remoto, Song, Cui e Guo (2011) destacam as correções de erros e, por fim, a combinação de bandas. Este método é especialmente importante, pois é amplamente utilizado para monitoramento de vegetação. Ele é baseado na exploração de características físicas da vegetação impressas nas respostas espectrais.

As técnicas de combinação de bandas incluem os índices de vegetação, além da relação de bandas e análise de componentes principais.

Os índices de vegetação foram criados, entre outras coisas, para tentar diminuir o trabalho de análise de dados orbitais, por meio de maximização de informações espectrais da vegetação no menor número de bandas de operação dos sensores. Eles foram criados no intuito de ressaltar o comportamento espectral da vegetação em relação ao solo e a outros alvos da superfície terrestre (realçar o contraste espectral entre a vegetação e o solo). Assim sendo, esses índices podem ser obtidos tanto de dados coletados por satélites como por equipamentos próximos ao alvo de interesse, como é o caso dos espectrorradiômetros. (MOREIRA, 2007, p. 204)

A extração de índices de vegetação permitem explorar aquilo que está além do alcance visual do operador. Essencialmente, os índices de vegetação são indicadores desenvolvidos para examinar remotamente o perfil da vegetação. Eles “resultam de transformações lineares da reflectância obtidas em duas ou mais bandas do espectro eletromagnético, mediante soma, razão entre bandas, diferença ou qualquer outra combinação.” (WIEGAND et al., 1991 apud MOREIRA, 2007, p. 205)

Há uma variedade de índices disponíveis na literatura; segundo Moreira (2007, p. 50) são encontrados mais de 50 índices de vegetação; dentre os mais comuns estão o Enhanced Vegetation Index (EVI) proposto por Huete et al. (1997), o Normalized Difference Vegetation Index (NDVI) proposto por Rouse et al. (1973), o Soil-Adjusted Vegetation Index (SAVI) proposto por Huete (1988), e o Atmospherically Resistant Vegetation Index (ARVI) proposto por Kaufman e Tanré (1992). Estes índices são alguns dos produtos das transformações matemáticas da reflectância com o propósito de se explorar as propriedades espectrais da vegetação, especialmente nas regiões do vermelho e do infravermelho próximo do espectro eletromagnético (WIEGAND et al., 1991 apud GINCIENE et al., 2011). Sua lógica reside no fato de que a energia refletida no vermelho e infravermelho próximo encontra-se relacionada à atividade fotossintética da vegetação e a sua estrutura (FERREIRA et al., 2008 apud GINCIENE et al., 2011). Assim, estes índices encontram-se associados a parâmetros biofísicos da vegetação, como a biomassa e o índice de área foliar (PONZONI & SHIMABUKURO, 2007 apud GINCIENE et al., 2011).

A base teórica empírica para os índices de vegetação é derivada da análise das assinaturas de reflectância espectral típicas. A energia refletida no espectro do visível é muito baixa em virtude da alta absorção por pigmentos fotossinteticamente ativos e com máxima sensibilidade nos comprimentos de onda do azul (470 μm) e do vermelho (670 μm). Quase toda a radiação do infravermelho próximo (NIR) é dispersa (refletida e transmitida) e tem muito pouca absorção, que é dependente das propriedades estruturais de um dossel (LAI, distribuição do ângulo da folha, morfologia da folha). Como um resultado, o contraste entre respostas vermelhas e infravermelho próximas é uma medida sensível de quantidade de vegetação, com diferenças máximas de vermelho – NIR ocorrendo em um dossel completo e contraste mínimo sobre os alvos com pouca ou nenhuma vegetação. Em baixas e médias densidades de vegetação, o contraste exibido é resultado de mudanças tanto vermelhas como NIR, enquanto em áreas de vegetação densa, apenas o NIR contribui para aumentar os contrastes à medida que a banda vermelha fica saturada devido à absorção da clorofila. [Tradução minha] (HUETE et al. 1999, p. 16)

Tipos de Classificação

Na classificação por pixels, os algoritmos procuram encontrar regiões homogêneas, a partir de medidas de distâncias ou de probabilidades de um pixel pertencer a uma classe específica. Ou seja, se um pixel satisfaz a um determinado conjunto de critérios, este pixel é atribuído à classe que melhor satisfaz os critérios estabelecidos.

Já na classificação por regiões, o processo de decisão leva em consideração um agrupamento de pixels que é usado como unidade de classificação, que consiste em um método conhecido como Classificação Orientada ao Objeto (OBIA).

A classificação OBIA (Object-based Image Analysis) consiste em analisar parâmetros que vão além da resposta espectral do pixel, como textura e forma dos objetos que compõem uma determinada cena em uma imagem (WATTS et al., 2009 apud TEIXEIRA et al. 2015). Nos métodos OBIA a análise da imagem é baseada em objetos geográficos e consiste basicamente na aplicação de dois procedimentos metodológicos:
(1) segmentação/regionalização, técnica primária usada para conversão de uma cena ou imagem em múltiplos objetos;
(2) classificação baseada em regras de decisão que explicitam as propriedades dos objetos expressas pelos atributos (NAVULUR, 2006; LANG, 2008 apud FRANCISCO e ALMEIDA, 2012).

A etapa de classificação é executada por algoritmos que reconhecem padrões espectrais, tanto para classificações por regiões ou pixel a pixel, eles podem ser executados de maneira supervisionada ou não-supervisionada.

Nas classificações supervisionadas, são feitas seleções de áreas cuja classe é anteriormente conhecida para a criação de amostras de treinamento. Nestas áreas amostradas são calculados valores estatísticos que permitem a caracterização de cada classe pelo algoritmo escolhido. A classificação não-supervisionada é indicada quando não há conhecimento específico sobre a área de estudo, ela é executada por agrupamento de pixels. Ambas dão origem ao produto final: o mapa temático.

Fonte: Exame de Qualificação Doutorado PPGMA-UERJ. Teixeira, 2018. A Lagoa de Itaipu: (re)conhecimento a partir de diálogos no mundo vivido

Geodiversidade do Estado de Alagoas

“A evolução geológica do território pertencente ao estado de Alagoas, localizado na região Nordeste do Brasil, remonta a um histórico de colisões continentais que originaram sequências vulcanossedimentares deformadas e formação de crosta oceânica, que deram origem aos depósitos plataformais, além de sucessivos processos erosivos e de sedimentação aplainando as superfícies e formando as bacias sedimentares. (…)”

Uma das formações mais imponentes encontradas no estado correspondem aos Granitoides Tardi a Pós-orogênicos . As rochas que compreendem esse domínio perfazem a Suíte Intrusiva Xingó, que ocorre em corpos alongados no setor sudoeste da área próximo à divisa com o estado de Sergipe, sendo formado por leucogranitos, granodioritos com muscovita e/ou biotita e turmalina-muscovita granitos.

Fonte: CPRM, 2016

Links para download:
Livro: http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/17029/3/LivroGeodiversidadeAL051216.pdf
Mapa: http://rigeo.cprm.gov.br/xmlui/bitstream/handle/doc/13677/Geodiv-Alagoas.pdf
SIG: http://gd.cprm.gov.br/mapas_geodiversidade/gdal_lito.zip

Fonte: Geodiversidade do estado de Alagoas / Organização Tereza Cristina Bittencourt Villanueva, – Salvador: CPRM, 2016.

Acervo Milton Santos

O site foi feito e também é mantido pela família de Milton Santos e tem como objetivo reunir informações e materiais que possam ser úteis a todos aqueles que se interessem pela obra de Milton Santos.

A quantidade de material a ser disponibilizada é bastante extensa, por isso a ideia é que haja uma atualização constante desse ambiente com cada vez mais informações.

Ressalta-se ainda que se você tem algum material que gostaria de disponibilizar, entre em contato com os responsáveis no e-mail (contato@miltonsantos.com.br), as contribuições são muito bem-vindas.

Acesse: http://miltonsantos.com.br/site/

Sensoriamento Remoto. Os primeiros satélites e as principais características

O primeiro satélite para fins de Sensoriamento Remoto não tripulado foi o Landsat 1, lançado em julho de 1972, que inicialmente levou a bordo 2 tipos de sensores que imageavam uma faixa de 185 km em cada passagem: um sistema de varredura multiespectral com imageamento do terreno por linhas (line scanner), o Multiespectral Scanner Subsystem (MSS), e um sistema de varredura com imageamento instantâneo constituído por três câmeras de televisão, o Return Beam Vidicon (RBV). (NOVO, 1992, p. 111).

Como as primeiras imagens da terra a partir de uma plataforma digital foram tomadas por câmeras fotográficas, concebeu-se que o sistema sensor a ser transportado pelo satélite deveria ser capaz de produzir imagens instantâneas do terreno de forma semelhante aos sistemas fotográficos. Desta maneira, foi concebido o sistema RBV, que é um sistema semelhante a uma câmera de televisão e permite o registro instantâneo de uma certa área do terreno (cena). A energia proveniente de toda a cena impressiona a superfície fotossensível do tubo da câmera e, durante certo tempo, a entrada de energia é interrompida por um obturador, para que a imagem do terreno seja varrida por um feixe de elétrons. O sinal de vídeo pode então ser transmitido telemetricamente. (NOVO, 1992, p. 115).

Junto ao sistema RBV, que funciona como uma câmera de televisão, o satélite Landsat também levava a bordo o sistema MSS, que permite o imageamento de linhas do terreno numa faixa de 185 km, perpendiculares à órbita do satélite. A varredura do terreno é realizada com auxílio de um espelho que oscila perpendicularmente ao deslocamento do satélite. “Durante a oscilação do espelho, a imagem do terreno, ao longo da faixa, é focalizada sobre uma matriz de detetores.” (NOVO, 1992, p. 130) A dimensão de cada detector é responsável pelo seu campo de visada instantâneo e a energia registrada por cada detector é transformada em um sinal elétrico, que é transmitido para as estações em terra.

Lançado em janeiro de 1975, o Landsat 2 trazia a bordo os mesmos sensores e mantinha as mesmas características do seu antecessor, também com resolução espacial do sensor MSS de 80 metros. Seu sucessor, o Landsat 3 foi lançado em março de 1978 e foi o primeiro a ter a bordo o sensor Thematic Mapper (TM), contudo trazia as mesmas características orbitais dos seus antecessores: altitude de 920 km, inclinação de 99,4º, período de 103 minutos e resolução temporal de 18 dias. É importante frisar que o ângulo de inclinação do satélite em relação ao plano do Equador garantia a ele uma órbita síncrona ao Sol, permitindo que os dados fossem coletados em condições semelhantes de iluminação, estando então mais susceptível a mudanças provocadas por condições atmosféricas.

O sensor TM opera em 7 canais, enquanto seu antecessor operava em 4 canais, trata-se de um sistema de varredura multiespectral em que cada pixel da imagem irá produzir um sinal proporcional à sua energia radiante, que será transformado em sinal digital. Este sistema foi criado a fim de se obter uma maior resolução da imagem e desta forma alcançar níveis de discriminação entre objetos também maiores. O sistema de varredura multiespectral possui maior fidelidade geométrica e melhor precisão radiométrica em relação ao sensor MSS.

Os satélites Landsat 4 e 5 inauguram a segunda geração de satélites da série e, por apresentarem órbitas mais baixas, apresentam também maior resolução espacial, alcançando 30 metros, e trazem a bordo o sensor TM. As principais características orbitais destes satélites são: altitude de 705 km, inclinação de 98,20º, período de 98 minutos e resolução temporal de 16 dias.

As imagens orbitais possuem quatro características específicas que contribuem para a extração de informações para fins de discriminação dos objetos imageados; são elas: a resolução espectral, a resolução espacial, a resolução radiométrica e a resolução temporal; elas estão diretamente relacionadas à sensibilidade espectral, tamanho do objeto, intensidade da energia refletida ou emitida pelos objetos e frequência de imageamento, respectivamente.

As imagens adquiridas correspondem a matrizes de pixel em níveis de cinza, estes pixels são as menores partes das imagens e cujo tamanho é responsável por determinar a sua resolução espacial. Cada pixel representa as mesmas dimensões na superfície terrestre, portanto se o pixel mede 100 metros ele agrupa informações de uma variedade maior de elementos da superfície, contudo se o pixel tem 1 metro ele é capaz de distinguir pequenos detalhes, permitindo um resultado mais sensível aos objetos específicos na superfície. Além da resolução espacial, cada pixel contém valores de radiância medidos em cada banda das imagens multiespectrais. Estas bandas representam os intervalos do espectro eletromagnético sensíveis ao sensor e correspondem à resolução espectral da imagem, ou seja, se trata da largura do intervalo de comprimento de onda coberto em cada banda e por conseguinte ao número de bandas espectrais que os sensores conseguem discretizar.

Já a resolução radiométrica remete ao nível de cinza que representa a intensidade de energia eletromagnética média medida em bits pelo sensor para cada pixel da área imageada. Cada sensor possui um limite de tons de cinza que consegue detectar e armazenar. E, por fim, a resolução temporal corresponde ao tempo que o satélite leva para imagear a mesma área novamente.

Todas as imagens de satélite são contaminadas por ruídos ou distorções em virtude de interferências atmosféricas ou de reflexões do solo (ground clutter) no caso dos radares (CALHEIROS, ANTONIO e BRANGELI, 1995), que podem levar a confusões nas análises. Para evitar riscos erros é importante proceder etapas preliminares padronizando os dados e evitando desvios nos resultados.

A rigor, a radiação solar sofre vários processos de refração porque a concentração dos gases que compõem a atmosfera é bastante variada nas diferentes zonas e camadas […]. Além do processo de refração, certos gases constituintes, como o ozônio e o CO₂, absorvem a radiação solar em certos comprimentos de ondas. Essa absorção pode ser total, como é o caso da radiação ultravioleta (absorvida pelo ozônio), ou parcial, como ocorre em quase todo o espectro a partir de 0,3 μm […] Existem outros fatores complicadores, como partículas dispersas e presença de nuvens, que provocam o espalhamento da radiação.
As nuvens são a maior barreira à radiação solar, do ponto de vista do sensoriamento remoto, porque elas impedem a passagem da radiação solar na porção reflectiva do espectro eletromagnético onde operam a maioria dos sistemas sensores […] (MOREIRA, 2007, p. 36-37)

A análise de dados digitais acontece em quatro fases distintas: pré-processamento, transformação de dados digitais, classificação propriamente dita e pós-processamento. As técnicas preliminares que visam corrigir estas interferências ou minimizar seus efeitos sobre os dados consistem na etapa de pré-processamento. Esta etapa agrega um conjunto de técnicas implementadas para ajustar os dados numa forma de “tratamento preliminar de dados brutos, com a finalidade de calibrar a radiometria da imagem, atenuar os efeitos da atmosfera, remover ruídos, corrigir suas distorções geométricas, por meio de georreferenciamento e reamostragem.” (FLORENZANO, 2008, p. 42)

A eliminação de ruídos corresponde à faixa de cobertura sem registro de dados. Uma das técnicas de remoção de ruído consiste na substituição do valor zero da radiância pelo média dos pixels das linhas superior e inferior. O realce das imagens também é uma técnica de pré-processamento bastante utilizada sobretudo para os produtos que serão utilizados em interpretações visuais. O realce busca ampliar o contraste de feições na cena, a fim de melhorar a qualidade visual. Já a correção geométrica busca eliminar os erros propagados por movimento do satélite e pela curvatura da Terra. “Em outras palavras, a correção geométrica pode ser entendida como a transformação dos dados de sensoriamento remoto, de tal modo que eles adquiram as características de escala e projeção próprias de mapas (MATHER, 1987 apud MOREIRA, 2007, p. 275). A correção radiométrica de imagens “inclui tanto as operações puramente cosméticas dos dados, que visam apenas melhorar sua visualização, quanto aquelas que visam normalizar os dados radiometricamente, de modo absoluto ou relativo” (MOREIRA, 2007, p. 277)

Fonte: Exame de Qualificação Doutorado PPGMA-UERJ. Teixeira, 2018. A Lagoa de Itaipu: (re)conhecimento a partir de diálogos no mundo vivido

Unidades de Conservação com Plano de Manejo

O ICMBio oferece uma importante ferramenta de busca para Unidades de Conservação com Planos de Manejo. As buscas podem ser feitas por nome, categoria, ano ou portaria.

Para as UC’s presentes no banco de dados são fornecidas informações principais, bem como decretos, planos e mapas.

Acesse: http://www.icmbio.gov.br/portal/planosmanejo